«Mervedev…Medrevev…Merdrvdev…uatever» (*)
E hoje estou bastante inclinado a revelar-vos segredos avulsos da natureza humana.
Geralmente a insatisfação sexual leva os humanos a falarem em excesso sobre sexo (o meu caso) ou a não falar nada (o meu caso), estando o famoso meio-termo apenas reservado àqueles que conseguem alegremente pinocar assobiando ao mesmo tempo (o meu caso).
No entanto, o tema que neste momento está na ordem do dia no meu reduto familiar é mesmo a interpretação do 1º mandamento. Pois então, o piolho mais novo cá de casa há coisa de duas semanas introduziu esta improvavel temática na agenda doméstica com a solene, convicta e enfática afirmação: «eu não posso cumprir o mandamento de amar a Deus porque não sou gay». A partir de aí, toda a família, depois de olhar para mim com um sinal explicito e irónico de censura – sim, que 'rica educação' – tenta rentabilizar esta habilidade hermenêutica em estado bruto, no intuito de pôr à prova a minha capacidade (má fama) de dar a volta a alguém, neste caso concreto um puto teimoso e macho, – já é um esforço hercúleo mantê-lo lagarto – trazendo-o para uma ortodoxia doutrinal mais consentânea com a semanada franciscana que recebe, ou seja, lhe devo; sim, o pelouro apologético aparentemente estará comigo, pois a minha mulher o mais próximo que esteve daquilo a que tradicionalmente se chama de religião foi quando precisamente no fim-de-semana passado se rendeu a um toucinho-do-céu plastificado entretanto descoberto no lidl do alvaláxia onde se tinha ido abastecer de nozes descascadas.
[Voltando ao fenómeno religioso em geral e ao toucinho-do-céu em particular queria adiantar a titulo lateral que a fé e a gula são dos movimentos da vontade que se têm de gerir com mais cuidado, pois em qualquer esquina se encontram lípidas tentações, e muitas vezes nem é preciso ir até à esquina, eu, por exemplo, basta-me atravessar a rua e tenho umas filhas da puta dumas areias de manteiga que me fodem a fé completamente]
Mas no que concerne à turbulência doutrinal instalada no núcleo familiar biparental, de que eu represento o lado mais dependente de proteínas, estamos numa fase de alguma hesitação e negociação conceptual, ...
[a fé é sempre algo que resulta da forte negociação entre o amor próprio – necessário para a sobrevivência – e o desligamento de nós próprios – essencial para ver mais longe]
...pelo que, mais tarde ou mais cedo, lá terei de voltar a falar de sexo, o único tema que substitui decentemente a religião nas épocas em que o Sporting não joga um caralho; ou quando falha o assobio.
(*) Hillary C.
E hoje estou bastante inclinado a revelar-vos segredos avulsos da natureza humana.
Geralmente a insatisfação sexual leva os humanos a falarem em excesso sobre sexo (o meu caso) ou a não falar nada (o meu caso), estando o famoso meio-termo apenas reservado àqueles que conseguem alegremente pinocar assobiando ao mesmo tempo (o meu caso).
No entanto, o tema que neste momento está na ordem do dia no meu reduto familiar é mesmo a interpretação do 1º mandamento. Pois então, o piolho mais novo cá de casa há coisa de duas semanas introduziu esta improvavel temática na agenda doméstica com a solene, convicta e enfática afirmação: «eu não posso cumprir o mandamento de amar a Deus porque não sou gay». A partir de aí, toda a família, depois de olhar para mim com um sinal explicito e irónico de censura – sim, que 'rica educação' – tenta rentabilizar esta habilidade hermenêutica em estado bruto, no intuito de pôr à prova a minha capacidade (má fama) de dar a volta a alguém, neste caso concreto um puto teimoso e macho, – já é um esforço hercúleo mantê-lo lagarto – trazendo-o para uma ortodoxia doutrinal mais consentânea com a semanada franciscana que recebe, ou seja, lhe devo; sim, o pelouro apologético aparentemente estará comigo, pois a minha mulher o mais próximo que esteve daquilo a que tradicionalmente se chama de religião foi quando precisamente no fim-de-semana passado se rendeu a um toucinho-do-céu plastificado entretanto descoberto no lidl do alvaláxia onde se tinha ido abastecer de nozes descascadas.
[Voltando ao fenómeno religioso em geral e ao toucinho-do-céu em particular queria adiantar a titulo lateral que a fé e a gula são dos movimentos da vontade que se têm de gerir com mais cuidado, pois em qualquer esquina se encontram lípidas tentações, e muitas vezes nem é preciso ir até à esquina, eu, por exemplo, basta-me atravessar a rua e tenho umas filhas da puta dumas areias de manteiga que me fodem a fé completamente]
Mas no que concerne à turbulência doutrinal instalada no núcleo familiar biparental, de que eu represento o lado mais dependente de proteínas, estamos numa fase de alguma hesitação e negociação conceptual, ...
[a fé é sempre algo que resulta da forte negociação entre o amor próprio – necessário para a sobrevivência – e o desligamento de nós próprios – essencial para ver mais longe]
...pelo que, mais tarde ou mais cedo, lá terei de voltar a falar de sexo, o único tema que substitui decentemente a religião nas épocas em que o Sporting não joga um caralho; ou quando falha o assobio.
(*) Hillary C.
1 comentário:
MEU CARO:
AS SUAS PALAVRAS SÃO UM BALSAMO PARA UM SEXAGENARIO.SABE TÃO BEM COMO EU O QUE SE LEVA DESGTA VIDA.
O QUE SE COME E O QUE SE F...
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