The man in is own bubble #6


Hoje aquele jornal que Belmiro tem para lixar a carola ao Sócrates apresenta na capa uma dupla maravilha: o papo-seco e o prozac. Parece uma dupla de palhaços do circo chen, mas não, é a pura actualidade. Apenas lhe falta uma notícia sobre os efeitos secundários do viagra, e aí sim, teríamos o ramalhete totalmente composto. Efectivamente, não vale a pena rodear a questão, é de pila feita, relaxado e bem alimentado que o homem se realiza e está em paz com a sua natureza. Assim, se a uma crise no preço da tosta, acrescida duma crise no milagroso tranquilizador que nem se precisa de levar com um dardo no cu nem nada, ainda se somasse uma crise no segredo para prolongar a tesão para lá da idade em que Abraão deixou de ter forças para levantar a saia à dona Sara enquanto ela apanhava salsa nas margens do Eufrates, teríamos verdadeiramente uma bolha depressiva. A chamada Blue Bubble, como é designada pela nobre ciência da bubblítica, onde cumpre o mesmo papel que a teoria da relatividade teve na física ao criar uma insuflação baseando-se na depressão e sem ajuda do vácuo, aquela coisa que tem aquele barulhinho irritante de pbah, não sei se estão a ver, se não estiverem eu faço outra vez, pbaah, agora se calhar foi com um bocadinho mais de força, desculpem.

Bem, a blue Bubble é um fenómeno cíclico, como convém a todos os fenómenos com aspirações a aparecerem nos artigos do Rui Ramos, da família das bolhas sintomáticas, ou seja, é sintoma de que hoje não estou com cabeça para escrever sobre as bolhas quânticas porque emprestei o cerebelo para uns testes em Hollywood que sempre pagavam mais que o Instituto Ricardo Jorge. Mas, tendo na sua génese esta tal contradição da mecânica dos fluidos, a bulle de depression, assume-se sem complexos como uma bolha de equilíbrio instável e com muita tendência para encarquilhar toda junto aos pipos. Chama-se a isto o mecanismo de enrugamento da bolha, uma espécie de quadratura do circulo mas com um Pacheco Pereira em mais magro, e geralmente é o prenuncio de uma bolha de neura, ou mesmo bolha bipolar se houver mais verba disponível.

A fase de esvaziamento da bolha depressiva dá-se, paradoxalmente, quando se começa a desenvolver um processo esfusiante e, nalguns casos, o consequente reerguer de verga proporciona o efeito efervescência que permite ao recheio da bolha ser servido em flute juntamente com bolinhos de camarão, o que lhe confere uma dignidade pouco vista nos outros processos bubblísticos menos privilegiados pelo recheio.

Não queria no entanto deixar-vos sem assinalar que muitas vezes esta blue bubble é mantida artificialmente soprada porque dá muito boa serventia em círculos literários e no controlo da inflação, devendo, assim, ser acarinhada por editores e autoridades monetárias, para já não falar em psiquiatras com casa junto à praia por mobilar.

Tirando que a Clarinha Ferreira Alves é o protótipo da mulher que amadurece mal, não tinha mais nada para vos comunicar, eu que sou, praticamente, um comunicador nato, nalguns dias mesmo chantillynico, inclusive naqueles em que jogam os lagartos.

[fodasse que já não havia um ano tão mau desde aquele em que era o Barão que marcava os cantos. E ainda se queixam dos maus tratos - ou violencia doméstica como agora se chama, diz o Nabais.]

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