The man in is own bubble #4
Quando se está no rescaldo de uma bolha especulativa, e se vivem momentos de incerteza, dá-se uma corrida aos chamados activos de refúgio, cujo exemplo mais representativo é o ouro, ou, mais recentemente, os fundos imobiliários baseados em vivendas de Rapoulas. A macrobubblítica também estuda este fenómeno, e já está bastante bem identificado o mecanismo de refúgio denominado de ‘bulle gourmet’, que se pode traduzir para a linguagem comum como ‘bolha gastronómica’, evitando, inclusive e saudavelmente, fazer boquinha-de-quem-chupa-pela-palhinha.
A ‘bulle gourmet’ é um mecanismo que se desencadeia geralmente quando a love bubble entra em pré-colapso, seja por esvaziamento, seja por rebentamento, e consubstancia um processo de transferência de aplicações da luxúria para a gula, ou, para utilizar uma imagem mais didáctica: desinvestir na pila e investir na papila.
A antropologia moderna revelou-nos que o homem é um animal que hierarquiza e gere as suas necessidades de forma coerente e relativamente previsível, mas não conseguiu alcançar as razões que explicavam o homem pôr-se a comer filetezinhos de polvo com migas para se refazer duma pinocada reprimida ou mesmo mal dada. Ora a bubblítica entra nestes domínios com a mesma facilidade com que sócrates desenha uma kitchenete em Vermoim. Assim, a bolha gastronómica é um fenómeno insuflativo que se desenvolve na vontade humana, catalizando-a na deglutição de todo e qualquer ementa que lhe apareça pela frente, ou por trás, como forma de aplicação de recursos cuja rentabilização se mostra duvidosa entre coxas. Simplisticamente poderia dizer-se que se trata duma vivência alargada da famosa roda dos alimentos.
Muitas vezes dá-se um curioso fenómeno misto em que a bolha gastronómica fica ligada à bolha romântica por um sistema de sifões e válvulas, e acabam por funcionar perfeitamente as duas juntas como se de uma pequena estrutura bubblística se tratasse, mas com todas as energias concentradas sempre na caldeirada de bacalhau, se bem que uns dias mais no molho e noutros mais no bacalhau. Esta situação não tem paralelo nos ciclos de bolha especulativa, e o mais semelhante é quando o pessoal, fodido com a pouca valorização do seu certificado de aforro, vai, desesperadamente, dormir com qualquer bilha da galp que lhe apareça.
Outra das características mais singulares da bulle gourmet é igualmente a sua peculiar função de interface entre uma bolha imobiliária e uma bolha metafísica. O bridge-bubbling é um fenómeno ainda pouco conhecido e estudado, mas pode resumir-se nesta amostra: um gajo que seja despejado de casa e fique a pensar na vida, pode sempre fazer uma sardinhada com pimentos debaixo da ponte, coreografar uma iconografia de autocomprazimento ® , e lamber os dedos no fim se já não tiver verba para toalhetes.
A gastro-bubble, como também é assim chamada na escola anglo-saxónica, revela-se igualmente, e bastas vezes, numa camuflada love bubble, ou seja: pode haver muito romantismo escondido por detrás dumas belas farturas. Assim, quase como um coma induzido, muitas bolhas românticas se mantêm eternamente estáveis à base de farinha e ovos; e fermento, claro. Esta ciência é, como se pode comprovar, um corpo dinâmico do saber.
Quando se está no rescaldo de uma bolha especulativa, e se vivem momentos de incerteza, dá-se uma corrida aos chamados activos de refúgio, cujo exemplo mais representativo é o ouro, ou, mais recentemente, os fundos imobiliários baseados em vivendas de Rapoulas. A macrobubblítica também estuda este fenómeno, e já está bastante bem identificado o mecanismo de refúgio denominado de ‘bulle gourmet’, que se pode traduzir para a linguagem comum como ‘bolha gastronómica’, evitando, inclusive e saudavelmente, fazer boquinha-de-quem-chupa-pela-palhinha.
A ‘bulle gourmet’ é um mecanismo que se desencadeia geralmente quando a love bubble entra em pré-colapso, seja por esvaziamento, seja por rebentamento, e consubstancia um processo de transferência de aplicações da luxúria para a gula, ou, para utilizar uma imagem mais didáctica: desinvestir na pila e investir na papila.
A antropologia moderna revelou-nos que o homem é um animal que hierarquiza e gere as suas necessidades de forma coerente e relativamente previsível, mas não conseguiu alcançar as razões que explicavam o homem pôr-se a comer filetezinhos de polvo com migas para se refazer duma pinocada reprimida ou mesmo mal dada. Ora a bubblítica entra nestes domínios com a mesma facilidade com que sócrates desenha uma kitchenete em Vermoim. Assim, a bolha gastronómica é um fenómeno insuflativo que se desenvolve na vontade humana, catalizando-a na deglutição de todo e qualquer ementa que lhe apareça pela frente, ou por trás, como forma de aplicação de recursos cuja rentabilização se mostra duvidosa entre coxas. Simplisticamente poderia dizer-se que se trata duma vivência alargada da famosa roda dos alimentos.
Muitas vezes dá-se um curioso fenómeno misto em que a bolha gastronómica fica ligada à bolha romântica por um sistema de sifões e válvulas, e acabam por funcionar perfeitamente as duas juntas como se de uma pequena estrutura bubblística se tratasse, mas com todas as energias concentradas sempre na caldeirada de bacalhau, se bem que uns dias mais no molho e noutros mais no bacalhau. Esta situação não tem paralelo nos ciclos de bolha especulativa, e o mais semelhante é quando o pessoal, fodido com a pouca valorização do seu certificado de aforro, vai, desesperadamente, dormir com qualquer bilha da galp que lhe apareça.
Outra das características mais singulares da bulle gourmet é igualmente a sua peculiar função de interface entre uma bolha imobiliária e uma bolha metafísica. O bridge-bubbling é um fenómeno ainda pouco conhecido e estudado, mas pode resumir-se nesta amostra: um gajo que seja despejado de casa e fique a pensar na vida, pode sempre fazer uma sardinhada com pimentos debaixo da ponte, coreografar uma iconografia de autocomprazimento ® , e lamber os dedos no fim se já não tiver verba para toalhetes.
A gastro-bubble, como também é assim chamada na escola anglo-saxónica, revela-se igualmente, e bastas vezes, numa camuflada love bubble, ou seja: pode haver muito romantismo escondido por detrás dumas belas farturas. Assim, quase como um coma induzido, muitas bolhas românticas se mantêm eternamente estáveis à base de farinha e ovos; e fermento, claro. Esta ciência é, como se pode comprovar, um corpo dinâmico do saber.
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