The man in his own bubble #5
Outros dos fenómenos insuflativos que a realidade ciclicamente produz e rebobina é a ‘bolha clássica’, assim designada pois reflecte aqueles momentos em que, duma forma desproporcionada e elástica, se crê que tudo o que é realmente importante já foi pensado e revisto por aquelas civilizações das termas e da estatueta que bronzeavam o lombo no mediterrâneo oriental.
Esta pustula pervetustus, como é conhecida no mundo restrito da bubblística, entranha-se por algumas franjas da sociedade e chega a não deixar um gajo mijar em condições pois está sempre a pensar como é que o Séneca ou o Platão sacudiriam a pila, ou como Afrodite se agacharia na mata.
Poder-se-ia julgar que se trata duma bubble mainstreamica, uma espécie de hipe cíclica como umas sabrinas com malmequeres ou uma vaselina com sabores em spray, mas não, ela reflecte, em primeira instância, uma reacção tipificada de espíritos desiludidos com a monótona pendularidade entre o bacalhau à Brás e à Gomes de Sá e que começam a investir as suas energias na recuperação da pasta moral e do queijo fetafísico. [estão-me vedadas todas as combinações estilísticas que envolvam gemas e açúcar]
A bubble clássica arranca geralmente num environment semiótico apaneleirante mas rapidamente alastra a mentes que, falhas de referências viris que não o regurgito existencialista filtrado pela peneira anglo-saxónica, se agarram ao primeiro Pelintrágoras que lhe apareça a dizer que o ‘homem é a medida de todas as coisas’, mesmo não usando calças nem sabendo estrelar um ovo.
É evidente que a pustula pervetustus radica e alimenta-se da necessidade que o homem tem em mostrar que à sua volta é tudo uma cambada de aborígenes ainda não redimidos, quanto muito filhos de Deus por manobras literárias, e torna-se uma bolha epistemologicamente autónoma quando para dizer apenas que nos custa como o caralho [pode ler-se caraças] levantar de manhãzinha, se criam séries com enigmático título e numeração romana.
Num ciclo de bolha clássica esquece-se que há fortes probabilidades de, hoje, uma mãe de família com filhos na escola e a sogra no quintal, e sem tempo para terapias de sono, poder dar várias lições da arte de bem moralizar a qualquer senador devidamente escanhoado que se passeasse na via apia abanando máximas por entre o bafo de meia dúzia de escravos.
Outros dos fenómenos insuflativos que a realidade ciclicamente produz e rebobina é a ‘bolha clássica’, assim designada pois reflecte aqueles momentos em que, duma forma desproporcionada e elástica, se crê que tudo o que é realmente importante já foi pensado e revisto por aquelas civilizações das termas e da estatueta que bronzeavam o lombo no mediterrâneo oriental.
Esta pustula pervetustus, como é conhecida no mundo restrito da bubblística, entranha-se por algumas franjas da sociedade e chega a não deixar um gajo mijar em condições pois está sempre a pensar como é que o Séneca ou o Platão sacudiriam a pila, ou como Afrodite se agacharia na mata.
Poder-se-ia julgar que se trata duma bubble mainstreamica, uma espécie de hipe cíclica como umas sabrinas com malmequeres ou uma vaselina com sabores em spray, mas não, ela reflecte, em primeira instância, uma reacção tipificada de espíritos desiludidos com a monótona pendularidade entre o bacalhau à Brás e à Gomes de Sá e que começam a investir as suas energias na recuperação da pasta moral e do queijo fetafísico. [estão-me vedadas todas as combinações estilísticas que envolvam gemas e açúcar]
A bubble clássica arranca geralmente num environment semiótico apaneleirante mas rapidamente alastra a mentes que, falhas de referências viris que não o regurgito existencialista filtrado pela peneira anglo-saxónica, se agarram ao primeiro Pelintrágoras que lhe apareça a dizer que o ‘homem é a medida de todas as coisas’, mesmo não usando calças nem sabendo estrelar um ovo.
É evidente que a pustula pervetustus radica e alimenta-se da necessidade que o homem tem em mostrar que à sua volta é tudo uma cambada de aborígenes ainda não redimidos, quanto muito filhos de Deus por manobras literárias, e torna-se uma bolha epistemologicamente autónoma quando para dizer apenas que nos custa como o caralho [pode ler-se caraças] levantar de manhãzinha, se criam séries com enigmático título e numeração romana.
Num ciclo de bolha clássica esquece-se que há fortes probabilidades de, hoje, uma mãe de família com filhos na escola e a sogra no quintal, e sem tempo para terapias de sono, poder dar várias lições da arte de bem moralizar a qualquer senador devidamente escanhoado que se passeasse na via apia abanando máximas por entre o bafo de meia dúzia de escravos.
No entanto, esta classic bubble costuma ser de insuflação e desinsuflação rápida, nunca chegando a alastrar muito a contaminação, pois não há pleura que aguente, depois de se comer um cozidinho, dizer Catão e Séneca três vezes de seguida sem derivar num belo e coríntio flato. O diafragma moderno é muito traiçoeiro; mais adianta-se que somos dados à vaidade desde que começámos a pintar grutas após treinar flebotomias em caprinos.
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