Leonard Cohen, no primeiro disco da sua carreira, e em ‘Hey, That's No Way To Say Goodbye’, arranca num lirismo rimado, bonito, lembrando amores madrugadores, e termina com um dos paradigmas mais duvidosos da relação amorosa: a complementaridade; canta assim:
«I loved you in the morning, our kisses deep and warm,/ your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,/ (…) walk me to the corner, our steps will always rhyme/ you know my love goes with you as your love stays with me, /it's just the way it changes, like the shoreline and the sea»
Depois a mítica Karen Dalton (quem não adora a Karen Dalton nem merece ser fóssil daqui a 300.000 anos) diz praticamente tudo o que o amor tem que se lhe diga, com uma das vozes mailindas que o mundo viu nascer:
«Take me to Siberia /And the coldest weather of the winter time,/ And it would be just like spring in California /As long as I knew you were mine» em ‘Take Me’
«I loved you in the morning, our kisses deep and warm,/ your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,/ (…) walk me to the corner, our steps will always rhyme/ you know my love goes with you as your love stays with me, /it's just the way it changes, like the shoreline and the sea»
Depois a mítica Karen Dalton (quem não adora a Karen Dalton nem merece ser fóssil daqui a 300.000 anos) diz praticamente tudo o que o amor tem que se lhe diga, com uma das vozes mailindas que o mundo viu nascer:
«Take me to Siberia /And the coldest weather of the winter time,/ And it would be just like spring in California /As long as I knew you were mine» em ‘Take Me’
Isto é tão bem cantado, isto é tão bom, que depois, de abébia, até se pode ficar a ouvir uma coisinha ligeira como o Richard Hawley a cantar em ‘Darlin' Wait For Me’ um dos clássicos da frugalidade amorosa: «So think of me, when you feel that moon /(…) That's all I ask of you, all i ask /Till I hold your hand»; mas, convenhamos, não deixa de ser uma ternura: ‘ficas aí a pensar em mim enquanto eu não chego para te segurar na mãozinha, é a única coisa que te peço’, no fundo algo ali entre o acampamento de escuteiros e a bicha para a consulta na caixa, uma ternura, mesmo.
Mas não ficava completo o ramalhete se não trouxesse aqui mais um registo daqueles amores forjados na alta poesia (ainda para mais hoje, dia do nascimento de Baudelaire – haja quem não se esqueça de datas) como foi aquele entre Robert e Elisabeth Browning. Esta escreveu, às escondidas do seu amado, e enquanto ele a cortejava, um dos seus poemas mais famosos ‘How do I love thee, let me count the ways’ que termina com um dos enunciados mais extremos do declaracionismo amoroso : «(…) I love thee with the level of every days / (…) I love thee with a love I seemed to lose /(…) I love thee with the breath, / smiles, tears, all my live! – and if God choose,/ I shall but love the better after death»
Que até dói.
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