Ecce homo abandonatis

É triste, mas é verdade. A patroa aqui do estabelecimento não liga nenhuminha ao que eu escrevo; e dedica-se, inclusivé, a elaborar grandes e sofisticados textos sobre o que outros meninos escrevem em torno de obtusas correlações e causalidades relativas ao empolgante tema da condição feminina. Estou a enciumar, é oficial. É que nem um mailezinho com uma palavra de conforto, nem uma sms com um smilezinho, ou mesmo com um ‘ó querido tem que se esforçar mais’, ou até um ‘perdeu a piada e o jeito, dedique-se a fazer spin-offs, e a explorar trabalhadores indefesos e envoltos em precaridade’; é que já nem peço um postezinho com mais de 3 linhas sem itálicos, já praticamente só peço uma palavra de ânimo, do género: «ânimo!»; estou objectivamente relegado para um mero valete de companhia aqui do blog, mero bloguista objecto, uma pura bucha para preencher o espaço entre os posts incrivelmente interessantes e bem pensados, que outros meninos superlativamente interessantes e cultos escrevem noutros blogs genuinamente interessantes e profundos. Já nem sou propriamente um verbo-de-encher, julgo não sair sequer do estatuto de advérbio circunstancial de encher. Sinto-me na prateleira dos afectos, um prêt-a-porter de trocadilhos de efeito duvidoso, um dr house sem cameron. Repito, é oficial, enciumei, estou ferido nas minhas réstias de orgulho, e prenhe daquela clássica insegurança varonil que assola o género masculino entre os momentos de euforia e os de deslumbramento, e que só passa com duas pastilhas para a azia e umas festinhas com unguento.

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