A coisa mais bonita do mundo
É um homem triste. Aquele olhar alephiano para um ponto que tudo contém mas não existe, aquela inclinação de corpo, vergado pelo abandono, bicho de companhia mas sem dono, aquele não conseguir dizer nada, aquela pele seca mas suada. Não é decadência, não é melancolia, é apenas a beleza da indecência duma alma plenamente vazia. Não há nada mais bonito que um homem triste, aquele ar de nada tens e nada pediste, de tudo perdeste mas nada esqueceste, aquele encanto mortífero de a quem nada doeu mas que tudo sofreu. Um homem triste é a coisa mais bonita do mundo, pois mesmo não sendo casto nem sábio mais ninguém morde assim o lábio, e pode não ter um suspirar perfeito mas ninguém retém o choro com aquele jeito, pode até morrer quando o abandonarem, mas o seu fado será sempre o fado do ressuscitado, ou então um poema maldito, que se canta quando ficou por escrever mais do que aquilo que ficou escrito.
É um homem triste. Aquele olhar alephiano para um ponto que tudo contém mas não existe, aquela inclinação de corpo, vergado pelo abandono, bicho de companhia mas sem dono, aquele não conseguir dizer nada, aquela pele seca mas suada. Não é decadência, não é melancolia, é apenas a beleza da indecência duma alma plenamente vazia. Não há nada mais bonito que um homem triste, aquele ar de nada tens e nada pediste, de tudo perdeste mas nada esqueceste, aquele encanto mortífero de a quem nada doeu mas que tudo sofreu. Um homem triste é a coisa mais bonita do mundo, pois mesmo não sendo casto nem sábio mais ninguém morde assim o lábio, e pode não ter um suspirar perfeito mas ninguém retém o choro com aquele jeito, pode até morrer quando o abandonarem, mas o seu fado será sempre o fado do ressuscitado, ou então um poema maldito, que se canta quando ficou por escrever mais do que aquilo que ficou escrito.
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