O tal de voto

Para tratar a questão em referendo duma forma relativamente fria, o mais possível isentada do seu enquadramento moral ( e religioso) , procurando eliminar ao máximo as questões e retóricas que são acidentais, os paleios de consciência, relativizar ao máximo os extremos (ilimitado valor da vida e ilimitado valor da liberdade da mulher) , e dando de barato – porque parece óbvio e consensual - que em qualquer dos casos o legislador acabará por ‘eliminar’ as penas dos casos em que o aborto continuará a ser crime, (e deixando-me de piadolas que já maçaram a senhora aqui do estabelecimento) , coloco o seguinte em cada prato da balança, e sem grande receio de termos:

Deveremos ter uma lei dissuasória dum acto grave, porque termina com uma vida humana em progresso por razões que podem ser desproporcionadas, mesmo sabendo que assim se continuarão a praticar abortos ‘não protegidos’ pela lei em condições muito precárias e arriscadas

Ou

Deveremos proteger a autora desse acto, mesmo que grave, permitindo que o faça em condições médicas próprias e decentes

Voto no sentido da primeira, ou seja ‘Não’ no referendo.

(e agora sigam as piadas)

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