Banco de esprema

Gostaria também de vos dizer que me estou bastante a borrifar para os dramas pessoais e soberanamente a cagar para os dramas colectivos. Não é bonito de se dizer, não, e, saibam, não é sequer interessante de se sentir, mas a verdade é esta, não há que escamoteá-la, nem escanhoá-la, nem escalpelizá-la e agora não me estão a ocorrer mais palavras giras começadas por ‘esca’ tirando escalope e esgadanhar se bem que esta última tenha um malandro dum ‘g’ de gato. Um drama pessoal geralmente incomoda, desconcentra-nos e, não raras vezes, contemplá-lo torna-nos mais egoístas ainda, focando-nos no agradecimento bacoco pela nossa condição de meros gajos que apenas são espremidos até ao tutano pelo mundo cruel, mas que no fim acabam por não no-lo chupar (o tutano, registe-se) e ainda deixam qualquer coisinha para nós próprios desfrutarmos, género ir ao cinema, fumar um charuto ou mesmo empurrar o baloiço duma criança de faces rosadas e a dizer papá adoro-te, e se me deres uma nova playstation ainda poderei gostar mais de ti do que dos morangos com açúcar. Para além disso ainda não tenho uma opinião formada sobre o disco do JP Simões, e isso chateia-me, até porque sobre o referendo já tenho, mas, basicamente, eu hoje estou parvo, ou melhor, notar-se-á mais que estou; para compensar, a senhora dona aqui do estabelecimento até que podia pôr uma fotografiazinha para animar e tal.

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