Portugal extemporâneo
O novo imaginário nacional foi fundado quando Braga de Macedo (min. das finanças de Cavaco Silva, para quem não esteja a lembrar-se assim de repente) nos informou que éramos um oásis. Na altura tudo tinha a ver com uma ligeira impressão que Portugal aparentava de contra-ciclo económico mas, de facto, a caracterização estava feita: o quinto império tinha-se transformado num ajardinado sem geadas, e a raça e o sangue lusitano eram servidos como fertilizante na rega genética gota a gota, para que as novas gerações fossem desabrochando que nem pequenos kiwis madurinhos.
A passagem de oásis a pântano fez-se naturalmente num ambiente em que nem houve tempo para fazer arranjos de flores com os nenúfares que andavam a boyar, (atentem na subtileza do ‘y’ pela vossa rica saúde) e, no laguinho resultante, uns escolhiam fazer de patinhos e outros de nadadores salvadores com tanguinha a condizer. Tendo continuado a garantir a sua posição estratégica de jardim à beira mar plantado, solarengo e folgazão, manteve o sadio equilíbrio entre silly seazons e santos populares, o que permitiu ao tal imaginário nacional em desenvolvimento fixar-se no equilíbrio entre um ‘falam falam’ e um ‘é que é já a seguir’ em detrimento dos bolorentos 3 f’s do ancient regime.
De nação que não se percebe como existe, até nação que existe para além do tempo, foi um passo de 10 séculos; o planeta entretanto amornou um pouco, segundo os especialistas de termómetro em riste, o país filipou durante sessenta anos, mas preferiu manter-se casto e lhano em vez de castelhano, uma ou outra espécie extinguiu-se, mas o autarcum portucalis foi criando mutações e tem-se aguentado graças ao processo rotundium sucessivae, sendo no entanto já mais difícil encontrarem-se pescadinhas de rabo na boca, pois o imaginário de país de pescadores deu lugar a um pais de arcas congeladoras em garagens (ultrapassada a fase da marquise).
Hoje, mantendo-se uns a boyar, outros mais em descompressão, e outros a tentar desenvolver guelras para nem sequer precisarem de vir ver o que se passa à superfície, o país volta a suspirar por ser levado por uma rede de arrasto, bem misturado com os lavagantes, onde uma sardinha (em trânsito entre um simplex e uma desova tecnológica) de barbatana mexida, possa ser olhada com carinho, e tanto sirva para conserva, como para se derreter em cima do pãozinho, dependendo da disposição das freguesas habituais da lota.
O novo imaginário nacional foi fundado quando Braga de Macedo (min. das finanças de Cavaco Silva, para quem não esteja a lembrar-se assim de repente) nos informou que éramos um oásis. Na altura tudo tinha a ver com uma ligeira impressão que Portugal aparentava de contra-ciclo económico mas, de facto, a caracterização estava feita: o quinto império tinha-se transformado num ajardinado sem geadas, e a raça e o sangue lusitano eram servidos como fertilizante na rega genética gota a gota, para que as novas gerações fossem desabrochando que nem pequenos kiwis madurinhos.
A passagem de oásis a pântano fez-se naturalmente num ambiente em que nem houve tempo para fazer arranjos de flores com os nenúfares que andavam a boyar, (atentem na subtileza do ‘y’ pela vossa rica saúde) e, no laguinho resultante, uns escolhiam fazer de patinhos e outros de nadadores salvadores com tanguinha a condizer. Tendo continuado a garantir a sua posição estratégica de jardim à beira mar plantado, solarengo e folgazão, manteve o sadio equilíbrio entre silly seazons e santos populares, o que permitiu ao tal imaginário nacional em desenvolvimento fixar-se no equilíbrio entre um ‘falam falam’ e um ‘é que é já a seguir’ em detrimento dos bolorentos 3 f’s do ancient regime.
De nação que não se percebe como existe, até nação que existe para além do tempo, foi um passo de 10 séculos; o planeta entretanto amornou um pouco, segundo os especialistas de termómetro em riste, o país filipou durante sessenta anos, mas preferiu manter-se casto e lhano em vez de castelhano, uma ou outra espécie extinguiu-se, mas o autarcum portucalis foi criando mutações e tem-se aguentado graças ao processo rotundium sucessivae, sendo no entanto já mais difícil encontrarem-se pescadinhas de rabo na boca, pois o imaginário de país de pescadores deu lugar a um pais de arcas congeladoras em garagens (ultrapassada a fase da marquise).
Hoje, mantendo-se uns a boyar, outros mais em descompressão, e outros a tentar desenvolver guelras para nem sequer precisarem de vir ver o que se passa à superfície, o país volta a suspirar por ser levado por uma rede de arrasto, bem misturado com os lavagantes, onde uma sardinha (em trânsito entre um simplex e uma desova tecnológica) de barbatana mexida, possa ser olhada com carinho, e tanto sirva para conserva, como para se derreter em cima do pãozinho, dependendo da disposição das freguesas habituais da lota.
Sem comentários:
Enviar um comentário