Eucumenismo, tucumenismo e elecumenismo
Hoje leio no Público que, a propósito dum tal de diálogo (Guterres&Melicias free, ao menos valha-nos isso), bispos católicos e anglicanos referem-se aos principais temas que aparentemente os afastam, depois de já sanadas outras miudezas teológicas; são eles a ‘ordenação de bispas’ e os ‘pastores homossexuais’, sic. Penso que só o encanto destas fantásticas expressões bastariam para afastar qualquer um, mas adiante, quero mesmo correr o risco de me meter na conversa.
O mundo, pelos vistos, anda baralhado por causa do papel que nele desempenham as gajas e os paneleiros, a par dos terroristas e dos pedófilos, (resolvidos que estão os problemas existenciais dos fiscais das finanças e das putas, claro). O que divide efectivamente hoje as pessoas será então : os pedófilos e os terroristas devem ser mortos com um ferro em brasa enfiado no cu, ou basta serem assadinhos no espeto com picante e açafrão; ou então, deve uma gaja gorda e vesga, mas mirrada de mamas, poder dar a extrema-unção a um tipo que ainda poderia dar uma foda em condições, ou é preferível ser um panasca a fazer-lhe as persignaçõezinhas na testa com a outra mãozinha a fazer um ‘L’ invertido?
Penso que vamos pois no caminho certo; são de facto estes os problemas essenciais dos dias de hoje, tanto mais que o Narciso Miranda nem foi eleito para aquela coisa dum tal de secretariado do PS. [e o Vara, pá!? Continuam sem falar do Vara, ou sou eu que ando distraído], o Bottiglione passou a usar preservativos com sabores, e a Mónica Lewinski mudou de empresa de limpeza a seco.
Mas back to basics; a exegética cristã (principalmente a católica) diz-nos que o verdadeiro templo de Deus é o nosso coração; e o mais giro é que esta, encantadoramente simples, é a verdade religiosa mais fundamental e revolucionária da nossa condição. Ora a dona Reforma e a sua prima do Contra fizeram deslizar este ‘ensinamento’ e focaram-nos no aparvalhamento literário, nas disputas sem fim entre liberdades e graças ( género: o melhor serão os carrinhos de choque ou os carrosséis?) ou entre moral e consciência (género: o melhor será uma boa mesada ou uns avós ricos e babados) e ainda somos todos filhos dessa sacanice guttenberguiana que permite desde os folhetos de promoções do toy’sRus, até aos editoriais do arq. Saraiva, passando pela Lux woman e pelos jornais da paróquia com vendas de t’shirts a favor da reparação do soalho da sacristia. (God forgive me, i’m a sinner, eu sei, but às vezes m’aguento)
Geralmente quando católicos e protestantes se põem a falar de harmonização canónico-táctica (mas os tais de fiéis continuam a hormonizar alegremente, é o que vale) apetece enviá-los para um paraíso fiscal a tratar dos mecanismos de deduções à colecta; mas também quando se põem a trocar galhardetes teórico-irónicos, a brincar aos sarcasmos finos, treinando formas elaboradas de ver o mundo, a carne e o espírito, e ajeitando figuras de estilo literárias, parecendo saídos duns Comics já amarrotados de tanto uso e com algumas auréolas de esperma derramado, apetece perguntar-lhes se acreditam mais num Deus das entrelinhas ou num inconsciente salvo pelas fadas madrinhas.
Mas eu penitencio-me de pronto pelas acusações acima expostas; o ‘contraditório intra-teológico’ (só para usar uma expressão assim tal e coiso) é uma distracção que deve ser acarinhada, tal com o estudo das aberturas caucasianas no xadrez (deve haver de certezinha) ou o efeito terapêutico do creme barral nas estrias pós parto; julgo mesmo que se deveriam instituir as olimpíadas teológicas em que, por exemplo, os meninos do 15º ano da catequese das doroteias disputariam uma viagem à terra santa com os meninos da secção baptista nº XXV do bairro da Estefânia (espero que ambos não existam) com base na discussão sobre o efeito cruzado entre a água benta e a transubstanciação, e os vencedores iriam à final com os ortodoxos maronitas das Seicheles que por sua vez tinham deslumbrado a dissertar sobre o papel da iconografia associada à inclinação do dedinho mindinho de Sta Mº Madalena nas pinturas da Paixão e a sua repercussão na evolução do dogma mariano da Assumpção aos Céus. Chiça, agora até me cansei.
Bem, resumindo, falta claramente um novo concílio, uma coisa assim em bom, patrocinado pela Coca-cola light e pelas sopas da Mc Donald, com directos in situ pela Sónia braga ou uma daquelas jornalistas novas de cabelinho escorrido, negro e casto, convidados especiais, tipo prof Marcelo com um chapéu bordado das carmelitas, e microfone aberto para inspirados e cépticos profissionais, fanáticos da crença e incondicionais da indiferença. A teologia também deve ter a sua rua organizada.
Hoje leio no Público que, a propósito dum tal de diálogo (Guterres&Melicias free, ao menos valha-nos isso), bispos católicos e anglicanos referem-se aos principais temas que aparentemente os afastam, depois de já sanadas outras miudezas teológicas; são eles a ‘ordenação de bispas’ e os ‘pastores homossexuais’, sic. Penso que só o encanto destas fantásticas expressões bastariam para afastar qualquer um, mas adiante, quero mesmo correr o risco de me meter na conversa.
O mundo, pelos vistos, anda baralhado por causa do papel que nele desempenham as gajas e os paneleiros, a par dos terroristas e dos pedófilos, (resolvidos que estão os problemas existenciais dos fiscais das finanças e das putas, claro). O que divide efectivamente hoje as pessoas será então : os pedófilos e os terroristas devem ser mortos com um ferro em brasa enfiado no cu, ou basta serem assadinhos no espeto com picante e açafrão; ou então, deve uma gaja gorda e vesga, mas mirrada de mamas, poder dar a extrema-unção a um tipo que ainda poderia dar uma foda em condições, ou é preferível ser um panasca a fazer-lhe as persignaçõezinhas na testa com a outra mãozinha a fazer um ‘L’ invertido?
Penso que vamos pois no caminho certo; são de facto estes os problemas essenciais dos dias de hoje, tanto mais que o Narciso Miranda nem foi eleito para aquela coisa dum tal de secretariado do PS. [e o Vara, pá!? Continuam sem falar do Vara, ou sou eu que ando distraído], o Bottiglione passou a usar preservativos com sabores, e a Mónica Lewinski mudou de empresa de limpeza a seco.
Mas back to basics; a exegética cristã (principalmente a católica) diz-nos que o verdadeiro templo de Deus é o nosso coração; e o mais giro é que esta, encantadoramente simples, é a verdade religiosa mais fundamental e revolucionária da nossa condição. Ora a dona Reforma e a sua prima do Contra fizeram deslizar este ‘ensinamento’ e focaram-nos no aparvalhamento literário, nas disputas sem fim entre liberdades e graças ( género: o melhor serão os carrinhos de choque ou os carrosséis?) ou entre moral e consciência (género: o melhor será uma boa mesada ou uns avós ricos e babados) e ainda somos todos filhos dessa sacanice guttenberguiana que permite desde os folhetos de promoções do toy’sRus, até aos editoriais do arq. Saraiva, passando pela Lux woman e pelos jornais da paróquia com vendas de t’shirts a favor da reparação do soalho da sacristia. (God forgive me, i’m a sinner, eu sei, but às vezes m’aguento)
Geralmente quando católicos e protestantes se põem a falar de harmonização canónico-táctica (mas os tais de fiéis continuam a hormonizar alegremente, é o que vale) apetece enviá-los para um paraíso fiscal a tratar dos mecanismos de deduções à colecta; mas também quando se põem a trocar galhardetes teórico-irónicos, a brincar aos sarcasmos finos, treinando formas elaboradas de ver o mundo, a carne e o espírito, e ajeitando figuras de estilo literárias, parecendo saídos duns Comics já amarrotados de tanto uso e com algumas auréolas de esperma derramado, apetece perguntar-lhes se acreditam mais num Deus das entrelinhas ou num inconsciente salvo pelas fadas madrinhas.
Mas eu penitencio-me de pronto pelas acusações acima expostas; o ‘contraditório intra-teológico’ (só para usar uma expressão assim tal e coiso) é uma distracção que deve ser acarinhada, tal com o estudo das aberturas caucasianas no xadrez (deve haver de certezinha) ou o efeito terapêutico do creme barral nas estrias pós parto; julgo mesmo que se deveriam instituir as olimpíadas teológicas em que, por exemplo, os meninos do 15º ano da catequese das doroteias disputariam uma viagem à terra santa com os meninos da secção baptista nº XXV do bairro da Estefânia (espero que ambos não existam) com base na discussão sobre o efeito cruzado entre a água benta e a transubstanciação, e os vencedores iriam à final com os ortodoxos maronitas das Seicheles que por sua vez tinham deslumbrado a dissertar sobre o papel da iconografia associada à inclinação do dedinho mindinho de Sta Mº Madalena nas pinturas da Paixão e a sua repercussão na evolução do dogma mariano da Assumpção aos Céus. Chiça, agora até me cansei.
Bem, resumindo, falta claramente um novo concílio, uma coisa assim em bom, patrocinado pela Coca-cola light e pelas sopas da Mc Donald, com directos in situ pela Sónia braga ou uma daquelas jornalistas novas de cabelinho escorrido, negro e casto, convidados especiais, tipo prof Marcelo com um chapéu bordado das carmelitas, e microfone aberto para inspirados e cépticos profissionais, fanáticos da crença e incondicionais da indiferença. A teologia também deve ter a sua rua organizada.
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