Para aliviar dos auschwitz a céu aberto

Denoto algum desalento da parte do estrogen-dependent side of this blog por sentir uma certa inibição em aqui exprimir com mais exuberância a sua capacidade para se desvanecer perante a masculinidade explícita de certos exemplares da espécie e do género mais ou menos inacessíveis.


Picasso (Primavera-Verão 1906). Joven a caballo. Carvão s/ papel. 46,6 x 30,4 cm. Paris, Colecção particular (Zervos VI, 682)

Parece-me um anseio legítimo se for exercido dentro dos limites impostos pela santa madre igreja e pelas últimas descobertas da ciência antropológica e urológica, e face ao explícito fascínio pela parte oposta ao ventre, deixo como mote e presentinho a imagem lombar acima exposta.

Afigura-se-me no entanto básico lembrar-lhes que a beleza masculina é um valor em decadência, apelo à perdição de mulheres já de si dadas à vulnerabilidade, corruptela da verdadeira e inexpugnável beleza, neblina para a transcendência, alívio ilusório dos traumas de Eva e expediente hollywoodesco.

Com o corpo masculino, e as suas mais ou menos inebriantes manifestações, deve coabitar-se nunca perdendo de vista o que diz a nossa Maria Laurinda: «os homens têm segundas intenções até quando perguntam as horas».

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