O bazar

(Ou o chão que se pisa)

Ao contrário da Alexandra e do Alexandre o que me vejo a trazer da Feira do Livro não são manuais práticos mas livros de esoterismo senso lato. Confesso o apelo: ele são os nomes com vagas (a bem dizer às vezes são apenas ondas ou nem isso) reminiscências científicas, os desenhos de fadas etéreas enredadas em borboletas polícromas e a ânsia e o cuidado postos na intenção de me ajudarem a cuidar de mim o que me fascina. À momentos, quando procurava inutilmente um desgraçado manual em que devia ter um esquema estapafúrdio sobre uma série de reacções metabólicas e respectiva localização anatómica com que me arrisco a provocar síncopes nos pobres corações de uns tantos humanos quando tentar que me respondam ao que quer que seja sobre aquilo, encontrei um livro decente, em cuja folha de rosto se podia ver ter sido comprado em 1999 e de seu nome "Reflexologia". Abri-o ao acaso e a epifania aconteceu bem mais com a imagem que se segue do que com este fascinante ensaio do António sobre a teoria da sexualidade de Jesus. É que, por volta dos quarenta, afinal está tudo, mas mesmo tudinho, nos pés.


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