No girls, no gods, quer musica ‘tá visto
(a hóspede exigiu mais variedade no piano-bar)
Desta vez arranja-se uma tal de clássica. E nada melhor que ler a crítica ao disco ( vem-no-público-mil-folhas-ao-ponto-a-que-um-homem-chega-para-ter-uma-rubrica-séria) dum gajo que eu não fazia a mais piquena ideia de quem tinha sido mas que tem um nome de registo peri-masturbatório: Joseph Bodin de Boismortier! Aleluia. Esta ligação entender-se-á ainda de forma mais profunda se atentarmos que ele «é hoje sobretudo conhecido pelas suas obras para flauta» e foi o primeiro francês a escrever um concerto e logo para fagote, um dos chamados instrumentos de «tessitura grave» - mas que convém, adianto desde já, não apertarem muito com ele para não ficar a piar fininho, principalmente na insuspeita ‘Suite de pièces que l’on peut jouer seul’ -op.40. Ora este entusiasmante cd, onde «as cordas dedilhadas conferem ocasionalmente um saboroso contraste», do ‘ Le concert Spirituel’, algo que - já se sabe – se me assenta que nem uma luva tal a espiritualidade que emana do meu ser, «apoia-se numa eficaz realização do baixo contínuo» e isto é algo que manifestamente ( que é um advérbio) nunca se deve desprezar, tanto mais que aproveita para trazer à luz a «recriação da “Musette”», que não é uma musa pequena como poderíamos ser levados a supor, mas sim uma «pequena gaita de foles», tornando-se pois este o verdadeiro e definitivo contributo do orgásmico compositor ao trazer assim à dignidade polifónica aqueles instrumentos que doutra forma estariam «confinados» a ser apenas as partes baixas da música.
(a hóspede exigiu mais variedade no piano-bar)
Desta vez arranja-se uma tal de clássica. E nada melhor que ler a crítica ao disco ( vem-no-público-mil-folhas-ao-ponto-a-que-um-homem-chega-para-ter-uma-rubrica-séria) dum gajo que eu não fazia a mais piquena ideia de quem tinha sido mas que tem um nome de registo peri-masturbatório: Joseph Bodin de Boismortier! Aleluia. Esta ligação entender-se-á ainda de forma mais profunda se atentarmos que ele «é hoje sobretudo conhecido pelas suas obras para flauta» e foi o primeiro francês a escrever um concerto e logo para fagote, um dos chamados instrumentos de «tessitura grave» - mas que convém, adianto desde já, não apertarem muito com ele para não ficar a piar fininho, principalmente na insuspeita ‘Suite de pièces que l’on peut jouer seul’ -op.40. Ora este entusiasmante cd, onde «as cordas dedilhadas conferem ocasionalmente um saboroso contraste», do ‘ Le concert Spirituel’, algo que - já se sabe – se me assenta que nem uma luva tal a espiritualidade que emana do meu ser, «apoia-se numa eficaz realização do baixo contínuo» e isto é algo que manifestamente ( que é um advérbio) nunca se deve desprezar, tanto mais que aproveita para trazer à luz a «recriação da “Musette”», que não é uma musa pequena como poderíamos ser levados a supor, mas sim uma «pequena gaita de foles», tornando-se pois este o verdadeiro e definitivo contributo do orgásmico compositor ao trazer assim à dignidade polifónica aqueles instrumentos que doutra forma estariam «confinados» a ser apenas as partes baixas da música.
No entanto devo confessar-vos que já não confio tanto no potencial de bombeamento – metafísico, claro – do «introspectivo “Lentement” da Sonata op 16»; mas isto já sou eu a falar porque desconfio de tudo o que é feito devagar; felizmente que o crítico também dá o devido valor ao andamento ‘Le Brut’ da abençoada e ‘contrapontística’ Suite op.31.
E dado que a devoção minimalista deve continuar a ser acarinhada, ainda acrescentaria uma algebridade clássica, também toda ela duma riqueza tímbrica que não deve ser menosprezada: Antes montados num belo 31 que estarmos feitos num 8.
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