This is just a cleaning post. Rewind softly

O processo emancipatório feminino pode ser visto como a mera reposição dolorosa duma verdade que foi escondida por um simbolismo genesético-ortopédico, mas não deixa de ser o caso dum trilho percorrido com o sucesso insuflado dum wonderbra, duma lição de persistência depilatória que ainda perdura nos dias que correm.

Essa caminhada que passou pela luta heróica das sufragistas, pelo direito ao nu conquistado com Praxíteles, pelo arrojo de Cicciolina que elevou as glândulas mamárias ao estatuto pré-parlamentar, pelo virtuosismo do jogo de embraiagem de Michelle Mouton que dominou a tracção integral dos Audi dando rabetas ao Walter Roll, pelos guinchos da Mónica Selles que levavam as gaivotas pró mar mesmo em dia de tempestade, por cada Yourcenar que desaparecia e logo uma Inês pedrosa despontava, pela pintura dos olhos da Maria José Morgado que faz os fauvistas parecerem filmes do orson welles, por cada Bovary que se despia num palácio logo aparecia uma morgadinha a fornicar no meio dos canaviais, culmina agora com o acto de liberdade de todas essas nossas mulheres portuguesas que já podem dizer e escrever ‘cona’ em público sem especiais preparos e abanar o rabo sem provocar olhares avaros.
Ora Portugal deveria por os olhos nestas mulheres, não se envergonhar da sua condição de mátria e assumir a contemporaneidade dum destino que se deve demarcar de ser o grelhadorzinho de peixe da Europa.
Nada como a mais pura geo-estratégia para limpar a agitação ginecológica dos últimos dias:

Portugal deverá pois saber viver de pernas abertas sem complexos, e lá por estar à beira mar plantado não deverá ter medo que areia americana lhe entre nas virilhas

Portugal deverá pois ter direito à sua independência económica para poder mandar Espanha às malvas e assumir definitivamente o seu romance com Marrocos

Portugal deverá deixar os traumas de lado e a mesma boca que dá a guarida ao inferno a caminho do guincho poderá perfeitamente servir de poço de virtudes a caminho de cascais

Portugal deverá orgulhar-se tanto das mulheres-a-dias que exportou no passado como dos baby-sitters que oferece no presente.

Portugal deverá saber olhar descomplexadamente para a largura do quadril dos estuários dos seus rios e aproveitar para fazer uma drenagem linfática às barragens espanholas.

Portugal também deverá ter direito a sexo sem desencantos e amores e por isso queremos dois Carnavais na Madeira por cada Natal no Açores.

Portugal deveria pois vender toda a sua intuição e sextos sentidos, arranjar uma refinaria, meia dúzia de poços, umas chinocas família rosa, em conta e atrevidas, e irmos todos dar umas fodas das antigas

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