My womanishedesmaker side of the soul
(X & Y)
Não que seja dado a teorias da conspiração (e hoje a ser alguma coisa não seria teoria mas certeza da transpiração) mas está a parecer-me que as recomendações da megera se destinavam mais a provocar-me afrontamentos precoces que a resolver pelo melhor o meu novo problema existencial - outro, aquele resolveu-se a Bacitracina e pachos de água quente - sem ser pelo método dos banhos turcos (avisei-a logo que me dou mal com os frios). O dia até me estava a correr bem se não fosse, ao ouvir os Coldplay, ter-me caído na fraqueza "don't fight for the wrong side / say what you feel like / say how you feel". Lá vinha a conversa de novo, que diabo! um homem não é de ferro e menos ainda em convívio íntimo com uma Eva rebarbativa dentro dele a repetir em coro "and you are not wrong to / ask who does this belong to / it belongs to one of us" (*)! Virei-me, claro! Não bastava o que bastava e ainda a tinha a insinuar que "isto" (o que quer que fosse, ao princípio também não percebi) pertencia a um de nós! Vi tudo branco ao fundo, até me parecia um "travelling" à la oliveira, quando me passou de raspão pela cabeça que se referia ao blogue. Mas "isto" é alguma casa de alterne ou quê??? Valha-me Godard, assim como assim "um travelling é uma questão de moral" e "isto" é um sítio de gente séria! Anda um homem a desencolher o Y uns dias, picómetro a picómetro, até faz argolas - entradas dedicadas, quero dizer - para definir as mulheres a ver se desencalha e, mal se distrai, descarrila e sai outra vez versão XX manhosa do OD com figurinhas? Mais um descuido e dava de caras com um poema da Leonor Almeida todo cheio de reticências e exclamações, não? como aquele que diz "Vem cá! Assim verticalmente! / Aconchega-te... Docemente... / Vou olhar-te... E, no teu olhar, colher / promessas do que quero prometer, / até à síncope do amor na alma! / Colemos as mãos, palma a palma! / A minha boca na tua, sem beijo... / Desejo-te, até o desejo / se queixar que dói. // E sou tua, assim, como nenhuma foi!" (**) É que depois de um poema erótico de gaja (só por esta vez, ok?) não ficava a faltar mesmo mais nada, a não ser imagens de pintores de calendários com nús. Até ao descrédito final, claro...
(*) Twisted Logic, in "X&Y", 2005
(**) Posse, in "Caminhos frios", 1947
(X & Y)
Não que seja dado a teorias da conspiração (e hoje a ser alguma coisa não seria teoria mas certeza da transpiração) mas está a parecer-me que as recomendações da megera se destinavam mais a provocar-me afrontamentos precoces que a resolver pelo melhor o meu novo problema existencial - outro, aquele resolveu-se a Bacitracina e pachos de água quente - sem ser pelo método dos banhos turcos (avisei-a logo que me dou mal com os frios). O dia até me estava a correr bem se não fosse, ao ouvir os Coldplay, ter-me caído na fraqueza "don't fight for the wrong side / say what you feel like / say how you feel". Lá vinha a conversa de novo, que diabo! um homem não é de ferro e menos ainda em convívio íntimo com uma Eva rebarbativa dentro dele a repetir em coro "and you are not wrong to / ask who does this belong to / it belongs to one of us" (*)! Virei-me, claro! Não bastava o que bastava e ainda a tinha a insinuar que "isto" (o que quer que fosse, ao princípio também não percebi) pertencia a um de nós! Vi tudo branco ao fundo, até me parecia um "travelling" à la oliveira, quando me passou de raspão pela cabeça que se referia ao blogue. Mas "isto" é alguma casa de alterne ou quê??? Valha-me Godard, assim como assim "um travelling é uma questão de moral" e "isto" é um sítio de gente séria! Anda um homem a desencolher o Y uns dias, picómetro a picómetro, até faz argolas - entradas dedicadas, quero dizer - para definir as mulheres a ver se desencalha e, mal se distrai, descarrila e sai outra vez versão XX manhosa do OD com figurinhas? Mais um descuido e dava de caras com um poema da Leonor Almeida todo cheio de reticências e exclamações, não? como aquele que diz "Vem cá! Assim verticalmente! / Aconchega-te... Docemente... / Vou olhar-te... E, no teu olhar, colher / promessas do que quero prometer, / até à síncope do amor na alma! / Colemos as mãos, palma a palma! / A minha boca na tua, sem beijo... / Desejo-te, até o desejo / se queixar que dói. // E sou tua, assim, como nenhuma foi!" (**) É que depois de um poema erótico de gaja (só por esta vez, ok?) não ficava a faltar mesmo mais nada, a não ser imagens de pintores de calendários com nús. Até ao descrédito final, claro...
(*) Twisted Logic, in "X&Y", 2005
(**) Posse, in "Caminhos frios", 1947
Sem comentários:
Enviar um comentário