O dicionário não ilustrado, quer desfazer a imagem de hermético e virou hoje um bocadinho género decifratário. Entradas 801 a 811.



Hobbes-secados – Rapaziada que está sempre a ver o Estado todo mijadinho, e que gosta de o estender na marquise virada para o quintal, soprando-lhe com o bafo quente da sua clarividência. O pior são as moscas que gostam muito do quentinho do estendal.



Mãos invisíveis – Rapaziada que afaga muito, mas vai-se a ver são meros penteadores da moda



Bons Selvagens – Rapaziada que parece viver com os cabelos ao vento mas que afinal tinha era um capachinho bem colado.



Racio-cínicos – Rapaziada que escorre o pensamento ao serviço da comunidade, mas no fim esquece-se de sacudir... e pronto, já se sabe, deixa sempre nódoa. Acabam geralmente como meros corretores de apróstatas. ( estarei a recalcar alguma vocação escondida para urologista?)



Eminências pardas – Os que pretendem acinzentar as evidências coloridas para fazerem render o peixe e serem os donos dos pregões da moda



Conselheiros – Parideiras do bom critério, sabem mandar fazer força e quanto muito ajudam a gemer.



Videntes – Os que estão para lá da ilusão de óptica, e usam a distância focal a seu belo prazer. Os clientes limitam-se a ir piscando os olhos disfarçando o esgazeamento



Reservas da nação – Os que saem a correr do celeiro quando os namorados começam ardentemente aos guinchos em cima da palha seca.



Homens de mão – Os que coçam as costas do poder sem arranhar muito, aliviando a comichão dos dias e evitando que os pianistas estraguem as unhas



Damas de companhia – As que vão bordando os floreados da colcha com que as princesas do poder cobrem as partes baixas.



Brigada do reumático – Adornadores dos bengaleiros do poder.

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