Lição da nespereira.



Li noutro dia de forma “emparabolizada” um texto essencial. Mostra como a vida é um percurso de fronteira, de hesitação, de camuflagem e de precipitação. Lembra-me que o homem é um eterno contrabandista, que gosta de roçar-se entre territórios fugidios e de desenhar contornos com linhas imaginárias de transgressão.

Mas eu detesto pássaros. Detesto bateres de asa constantes. Detesto peitos em quilha. Detesto boquinhas afiadas. E gosto de negociatas de rua. Fugazes. Entre seres «malhados» e dissimulados. E gosto de minutos que valem uma vida inteira. Só que nunca “vi-vi” nenhum. Mas eu tenho apenas um olhar acessório. E viver é um olhar duplicado.

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