Centrifugações
Andei com as "roupinhas do menino Jesus" nos braços.
Nem sabia bem o que lhes fazer. Mas não podia ficar com elas assim...eram paninhos de gente boa...
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do Cruzes
"o Novo Testamento não é fruto directo e acabado dos ensinamentos de Jesus, mas antes fruto de uma teologia ou tradição cristã. Teologia essa que, como outras da altura, procurava responder satisfatoriamente todos os paradoxos e questões irrespondidas que a persona Jesus de Nazaré lhes havia legado. "
do Avatares
"Mas também não é necessário chegar ao Jesus histórico, ele mesmo. Muitos dos que o conheceram em directo, não só não creram nele, como até o mataram!"
do Miniscente
"Trata-se de entender que o período da chamada revelação cristã é ocorre num período em que a literatura apocalíptica judaica dominava imagética e retoricamente. "
"Embora a simbólica da redenção remeta para um avènement do novo reino, este só se viria a cumprir no mistério e constituir-se-ia, portanto, como objecto de revelação contínua."
ainda do Cruzes
"O conceito de escrever e venerar as histórias e princípios religiosos não era considerado fundamental, pois as religiões eram quase sempre locais e específicas"
"Entre a tradição e o texto, certamente a tradição lhes pareceria mais fiável."
"O que isto implica é que os primeiros cristão teriam uma grande tolerância para com inconsistências, disparidades e contradições entre os vários evangelhos e não sentiriam a necessidade que eles fossem rigorosamente iguais."
da Voz
"A Escritura não aplaca as dúvidas. Nem tem "bons acabamentos". Por isso creio que é a Revelação. Pois sobrevive a uma natural fragmentação redactorial que não se preocupou em fabricar uma imagem cuidada."
do Reflexos
"A época da imagem foi aquela, teológica, onde a imagem de Deus organizava todas as outras, mas também todas as coisas, e que, secretamente, nos dizia que o «existente» na sua insana profusão era sempre o mesmo, uma pálida imagem de algo mais essencial, a salvação, para que tudo remetia, e de que dava testemunho"
Compactar e enfardar estava fora de questão.
Lembrei-me de misturar tudo. E depois centrifuguei. Foram-se separando os inseparáveis e juntado os incompatíveis. Passei a ferro e engomei , para dar aspecto de novo:
.As “Escrituras” não surgiram para aplacar dúvidas. São fruto de muitas coisas dentre as quais a teologia e a tradição cristãs.
Os princípios religiosos “nesses tempos”, como se calhar agora, não eram fundamentais, e os primeiros destinatários também não se apoquentavam, felizmente, com tantas inconsistências. A tradição mantinha-lhes o fogo acesso, pois a imagem de Deus organizava-lhes todas as simbolizações.
A revelação é assim um acto histórico, que convive a par de um acto íntimo.
A nossa “apocalíptica interior” será sempre dominada pela imagem da salvação, para a qual todo o “processo religioso” remete.
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A Fé vai parecendo fiável. Avança-se. A revelação também avança, sem especial empenho nos acabamentos.
O novo reino será sempre objecto de revelação continua.
Onde ? Numa conversa, numa brisa, numa asneira, numa gaja, num susto, num nada, numa mãe, num cabo telefónico, numa tese de doutoramento, numa porra...
Mas temos de estar sempre com um olho em nós e outro no etcetera.
É que o discurso científico desagua sempre no "mistério" da probabilidade.
E Deus é tão omnipresente que até está nos evangelhos.
A sua benção é que passou completamente ao lado deste post...
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