Fado [V]


O meu trabalho é amar-te
escondido na minha oficina
fria, sombria,

cheia de ferramentas inúteis,
incapazes de te trazer até mim.
Trabalho tão ruim
que me levas os dedos e os anéis,

deixando-me insolvente e derrotado,
a constatar ser apenas passado,
medalha, palha.

Refrão do Fado do Explorado de Amor da autoria de Custódia Passos e imortalizado na voz de Lúcia Camomila.

2 comentários:

  1. Os meus dados estão lançados
    No pano verde da vida
    Joguei à sorte por ti
    Nos meus olhos sombreados
    A tristeza desmedida
    Quando ao jogar te perdi

    As horas eram os dados
    A rolarem tristemente
    Por sobre a mesa do jogo
    Dei de mão números errados
    Como um pagão insolente
    A redimir-se do fogo

    Lancei-me em nova parada
    Arrisquei no pano verde
    Tudo o que tinha de meu
    Joguei e fiquei sem nada
    Como um mendigo que perde
    A esmola que alguém lhe deu

    Não volto a tentar a sorte
    Por entre os dados lancei-me
    Num jogo p’ra te prender
    A perda fez-me mais forte
    Ou então resignei-me
    À sorte de te perder


    Fado «O tudo e o nada». Letra Jorge Fernando, música José Manuel David, cantado por Fábia Rebordão

    ResponderEliminar